terça-feira, 18 de outubro de 2011

O que entendemos por felicidade?


Tem muita gente por aí, dizendo que ser feliz é ter boas condições financeiras, um carro do ano, amigos brilhantes, e status social que favoreça uma vida cômoda e fácil. Esse pensamento ocorre dentro de um espaço individualista que acaba se tornando arrogante para alguns. Pessoas assim ainda têm a coragem de se autodeterminar como super-heróis, considerando-se melhores diante daqueles que são menos favorecidos em nossa sociedade, pelo simples fato de concentrar em suas mãos certos poderes e bens que os fazem se sentirem superiores. Se é que podemos chamar tal comportamento como causa de felicidade.
Mediante a esse questionamento, nos é proposto refletir: será que acreditamos que a felicidade pode ser comprada? Ou tudo não passa de um mal entendido que provoca confusão na cabeça de muita gente? Pois bem, mesmo convivendo no mundo da globalização, nunca vi ninguém encontrar a felicidade em nenhum mercado, ou grandes shoppings. Mas percebi sim, que a busca da felicidade encontra-se no povo que luta por sua dignidade e a conquista. Este tem o pé no chão e não desiste de buscar os seus objetivos.
Se observarmos a realidade atual, precisamos urgentemente desmitificar de nossa cultura a falsa compreensão entendida por nós que a felicidade é fruto dos nossos “bens”. Pois, na verdade, com o passar do tempo, vamos experimentando no dia-a-dia que pessoas com tais pensamentos, são vitimas das armadilhas do nosso tempo moderno, apoiadas pela cultura, que procura saciar os seus desejos e impulsos de forma errada e mal compreendida, gerando vazio e solidão. Precisamos despertar e agirmos diante de tais fatos com racionalidade e deixar de atuarmos pela emoção que nos impede de vivermos de forma mais correta. Pensar é ver as coisas com seu devido valor.
No que diz respeito à felicidade, precisamos ser verdadeiros com nós mesmos. Não podemos fingir que isso não acontece, fugir não resolve o problema, só atrapalha. É mais interessante optarmos pela via da reflexão. Para o filosofo grego Aristóteles “a felicidade é a atividade da alma dirigida pela virtude”, isto é, pelo exercício da virtude e não da simples posse. Isso significa que a felicidade é tão procurada e nem tanto encontrada, não está condicionada ao acúmulo de bens. Assim, somos movidos a nos confrontarmos: será que somos uma “Maria vai com as outras”, afirmando ser a felicidade fruto dos próprios bens? Será que procuramos a felicidade nas pessoas, e esquecemos que ela pode estar velada dentro de cada um de nós? Será que nos encontramos num cárcere da ilusão que tudo é utópico? Ou achamos que podemos ter tudo e todos aos nossos pés como fonte de felicidade? Ainda persiste a insuficiência de respostas, tudo depende de como avaliamos os conceitos que desde os primórdios trazemos conosco daquilo que entendemos por felicidade.
Portanto, precisamos cultivar uma felicidade que nasça da luta e do esforço de cada um, da esperança no Cristo Ressuscitado e que nos ensine a olharmos para Cruz com animo e confiança. A felicidade não é inventada, comprada, e muito menos, ilusória. Ela é real e vibrante em nossas vidas, deve ser conquistada, construída, dentro de um projeto que promova vida e não uma falsa ilusão.
Nilton Alves.

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