quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Advento, a realização e confirmação da Aliança

É uma trajetória que passa pela fidelidade a Deus e ao próximo
 
Começamos novo Ano Litúrgico e um novo ciclo da liturgia com o Advento, tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo no Natal. É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: “Vigiai!”, para não sermos surpreendidos.

A chegada do Natal, preparado pelo ciclo do Advento, é a realização e confirmação da Aliança anunciada no passado pelos profetas. É a Aliança do amor realizada plenamente em Jesus Cristo e na vida de todos aqueles que praticam a justiça e confiam na Palavra de Deus.

Estamos em tempo de educação de nossa fé, quando Deus se apresenta como oleiro, que trabalha o barro, dando a ele formas diversas. Nós somos como argila, que deve ser transformada conforme a vontade do oleiro. É a ação de Deus em nossa vida, transformando-a de Seu jeito.

Neste caminho de mudanças, Deus nos deu diversos dons conforme as possibilidades de cada um. E somos conduzidos pelas exigências da Palavra de Deus. É uma trajetória que passa pela fidelidade ao Todo-poderoso e ao próximo, porque ninguém ama a Deus não amando também o seu irmão.

O Advento é convocação para a vigilância. A vida pode ser cheia de surpresas e a morte chegar quando não esperamos. Por isso é muito importante estar diuturnamente acordado e preparado, conseguindo distanciar-se das propostas de um mundo totalmente afastado de Deus.

Outro fato é não desanimar diante dos tipos de dificuldades e de motivações que aparecem diante nós. Estamos numa cultura de disputa por poder, de ocupar os primeiros lugares sem ser vigilantes na prestação de serviço. Quem serve, disse Jesus, é “servo vigilante”.

Confiar significa ter a sensação de não estar abandonado por Deus. Com isso, no Advento vamos sendo moldados para acolher Jesus no Natal como verdadeiro Deus. Aquele que nos convoca a abandonar o egoísmo e seguir Jesus Cristo.

Preparar-se para o Natal já é ter a sensação das festas de fim de ano. Não sejamos enganados pelas propostas atraentes do consumismo. O foco principal é Jesus Cristo como ação divina em todo o mundo.
FONTE: CANÇAO NOVA

Para entender a vida em Cristo

                                                               Muitas vezes nos oferecemos a Deus, mas impomos condições
Para entender a vida nova em Cristo, tomemos o texto da Carta de São Paulo aos Romanos, capítulo 12. São Paulo nos exorta a nos oferecermos, sem reservas, sem medidas, a nos entregarmos a Deus. O grande problema é que nós nos oferecemos a Deus, mas impomos condições. O apóstolo dos gentios vai mais além, exortando-nos a oferecer os nossos corpos. Porém, às vezes, dizemos: "Senhor, eu te entrego meu coração", mas Deus nos quer de corpo inteiro. Ofereçamo-nos por inteiro como Nossa Senhora o fez. Quando Maria disse: "Eis aqui a escrava do Senhor", estava se oferecendo sem reservas ao Senhor, porque o escravo não tinha direitos, estava completamente na mão do seu dono, que tinha sobre ele o poder da vida e da morte.

Como Nossa Senhora, somos chamados hoje a dizer: "Senhor, eu sou teu escravo, eu me ofereço por inteiro de forma santa e agradável." Este é o verdadeiro culto espiritual a Deus. Oferecer-se como hóstia viva é a vida em Cristo.

A maturidade de uma vida em Cristo é conseguir viver, o quanto mais plenamente, as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Então, a maturidade na fé é crer, esperar e amar.

A meta e a busca, o ideal do cristão batizado é ser uma pessoa que crê, que espera e que ama. O grande problema é que perdemos o referencial, a impressão que temos é de que não existe um modelo a ser seguido, cada um cria o seu próprio modelo. Jesus deve ser nosso referencial de vida. Cristo é o homem maduro na fé, porque viveu na plenitude as virtudes teologais: Ele é o homem que crê, que espera e que ama.

Em nosso itinerário espiritual, essa é a referência, sempre partir desse ponto: eu quero, eu busco, eu almejo, eu tenho sede de ser uma pessoa que crê, que espera e que ama.

Contudo, mesmo a partir desse referencial, temos muita dificuldade para viver essa maturidade, por causa de algumas patologias espirituais, porque perdemos os senso do pecado, porque não nos oferecemos a Deus. No nosso itinerário espiritual, na nossa vida com Cristo, nós vamos com reservas, não nos jogamos, não nos lançamos, não entregamos tudo, por isso, não progredimos na fé.

Na nossa condição natural de ser humano, precisamos de Deus, temos uma sede de algo mais. No entanto, podemos perceber que alguns estão com a alma vazia, outros estão com a alma árida, outros estão com a alma sedenta.

O objetivo último do ser humano, na sua natureza, é Deus. A religião não é um ópio, não é alienação. O verdadeiro culto a Deus não engessa, não nos faz puritanos, não nos leva a uma patologia; pelo contrário, o verdadeiro culto a Deus nos potencializa, nos expande, nos transborda.

Com isso digo que, se há muita tristeza, desejo de suicídio, angústia, melancolia, neurose, pode ser algo emocional, mas com certeza é a ausência da água que dessedenta, que Jesus prometeu dizendo: "Quem beber dessa água não terá mais sede" (Jo 4, 14).

Então, estou afirmando que a maioria daqueles que se dizem iniciados na fé, que a maioria dos que comungam e se dizem cristãos, estão doentes na vida espiritual. Há tantas pessoas inseguras na fé, porque estão sentindo um vazio do tamanho de Deus. O vazio que sentimos só pode ser preenchido pelo Todo-poderoso.
Padre Reginaldo Manzotti
Pároco da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba-PR
fonte: cançao nova
 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DIA DE LAZER DO GRUPO SAGRADA FAMILIA

       
de 18 a 20 de novembro vivenciamos em gargalheiras localizado na cidade de Acarí 1° passeio do grupo de casais "SAGRADA FAMILIA''.Neste encontro, contamos com a participação de 9 casais, onde nesse final de semana foi motivados momentos de orações, caminhadas, penitencias e reflexões baseada  na palavra de Deus e finalizando com renovação das promessas do batismo, sinalizando que somos todos filhos de Deus.Este encontro também teve como propósito aproximar os casais em momentos de confraternizações com a finalidade de integração e conhecimento dos participantes do grupo que  atualmente conta com 17 casais.
VEJA MAIS FOTOS NO ALBUM.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Para que viver preocupado?

Eu já vi esta passagem bíblica do Senhor: “Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças” (Fl 4,6b) se cumprir muitas vezes em minha vida.
Eu posso testemunhar o efeito desta Palavra na minha vida. Quando fui deitar-me ontem à noite, lembrei-me de uma situação que precisaria estar resolvida hoje bem cedo, e eu havia esquecido. Imediatamente o meu coração inquietou-se, mas eu não tinha mais o que fazer, porque já era muito tarde, de modo que entreguei tudo ao Senhor em oração e disse: ”Senhor, alcança o que não está ao meu alcance, e por hoje tudo está resolvido, para a glória de Deus.”
Precisamos ter a sabedoria de seguir este conselho edificante para a nossa vida.
Faça a experiência de desvencilhar-se de todas as preocupações por meio da oração. É maravilhoso poder experimentar o poder de Deus nos mínimos detalhes da vida.
Obrigada, Senhor, pela Sua bondade e pela Sua misericórdia para conosco.
LUZIA SANTIAGO

APRENDENDO COM A PRÓPRIA VIDA.









A educação é chance para quem quer ter um futuro melhor. É possibilidade de vislumbrar um novo horizonte em uma sociedade marcada pelo individualismo. A educação é um direito de todos por mais que não chegue a todos. Para se educar não precisa ter requintadas qualidades, mas sim interesse, não precisa ser preto ou branco, da cidade ou da zona rural, o que é necessário é ter vontade e disponibilidade, de vivenciar uma nova historia que nos impulsiona ao novo.
O homem sempre enfrentou desafios em sua vida através da arte da superação. Se hoje ganhamos, amanha perdemos, mas nem por isso deixamos de viver e buscar o que almejamos. Do mesmo modo se dá nas nossas escolas, nem sempre vamos encontrar matriculas para os alunos, nem escola bem zelada, nem cadeiras para todo mundo, condições físicas favoráveis. Os contratempos da vida sempre existiram não para nos desanimar, mas para sermos mais fortes e perseverantes. Não vai ser por causa das deficiências existentes no sistema educacional que nossas escolas vão deixar de funcionar. A educação não pode estar limitada a quatro paredes, mas ela extrapola a visão institucional que conhecemos.
Precisamos despertar em nossos dias de como ser educado para a vida numa perspectiva extra-escola. Pois a vida é uma eterna escola de sabedoria e experiência. Como dizem os sábios só quem muito viveu sabe nos contar alguma coisa. Mas uma dica importante que nos faz direcionar a vida nesse novo modelo de educação é saber ouvir o outro. Muitas vezes só queremos ser ouvidos e não damos espaço para o outro falar. Se analisarmos bem essa conduta, vamos perceber que somos inteligentes para julgar e apontar os erros dos outros, mas arrogantes para ouvi-los e acolhê-los. Esse fato nos faz recordar que somos seres limitados e que não existe ninguém melhor do que ninguém, por isso, nós temos que respeitar o outro. Daí a necessidade de adquirirmos algumas habilidades que nos ajudam a ter uma visão critica e reflexiva de não reduzirmos a educação, à metodologia aplicada dentro das quatro paredes de uma escola. Um outro fato interessante, é que nunca temos tempo para o outro, para conversar, partilhar as alegrias e dores do dia-dia, porque estamos sempre ocupados com o celular, na internet, que são meios que dificulta e priva a nossa relação direta com os indivíduos.
Uma sugestão que nos ajuda a educar para a vida é o cuidado que devemos ter com o que chamamos de vida. Como por exemplo: todos nós queremos saúde, mas será que eu faço por onde ter saúde? Todos nós queremos a paz, mas será que eu sou um promotor dessa paz, ou sou um elo de divisão? Pensar nos ajudar a ver o diferente.
Portanto viver bem é a maior riqueza que deveríamos ter. Porque vai além das nossas perceptivas humanas. Ao educarmos para a vida, extrapolamos todo o sistema educacional que nos é proposto e somos convidados a aprender vivendo, numa visão extra-escolar. Pois educar para a vida se dá pelas pequenas coisas: como aprender a perder reconhecer seus limites e reconhecer que necessitamos dos outros.
NILTON ALVES.



    

A ADOLESCÊNCIA EM TEMPOS MODERNOS

Frequentemente, os meios de comunicação vêm noticiando através de pesquisas, que a infância a cada dia está encurtando mais seu período natural e entrando de modo precoce na adolescência, como diagnosticam alguns especialistas. Essa chamada “queima de fases”, tem relevantes consequências para o desenvolvimento humano na fase infantil. Isso é percebido porque, geralmente, meninos e meninas têm apresentado atitudes estranhas para sua idade. Estão continuamente deixando de lado suas brincadeiras, atividades e atitudes condizentes com a sua faixa etária, para se comportar conforme os adultos, queimando assim, as etapas do seu ciclo natural. Será que tal postura é correta?  Será que ela não traz consequências ao desenvolvimento das crianças?
Se observarmos a realidade atual, as meninas, logo cedo, já são provocadas para exibir o seu corpo. Pintam a fase com maquiagens, usam desde cedo roupas curtas para dizer que já são moçinhas, vestindo manequins que tenham o mesmo modelo ou estilo da moda que é apresentada para os mais velhos. Tornam-se, deste modo, referência para os demais, chegando ao ponto de serem classificadas como protótipo, onde os outros de seu grupo possam mirar-se. Neste contexto, pode-se afirmar que tudo isso é coisa do nosso “tempo contemporâneo”. Apoiados pela globalização cujas idéias estão constantemente em mutação, a novidade surge para os adolescentes como perspectiva do diferente. Eles mergulham no mundo da “Net”, dos orkuts, e comunidades do mundo virtual e se expõem as armadilhas que própria modernidade oferece. Mas a quem recorreremos para compreender essa nova perspectiva, esse comportamento em discussão? Será que a família não tem respostas para tudo isso? Ou a estrutura familiar está desatualizada e alheia a esta realidade?
A família sempre teve um papel fundamental no desenvolvimento de sua prole, desde a infância até a fase adulta. Ela é a célula fundamental da sociedade e, naturalmente, a base de toda a estrutura social. O problema é que, nos últimos tempos, a família tradicional foi gradativamente perdendo seu espaço de formadora da humanidade, e aos poucos foi se esfacelando em um ambiente dividido e pouco dialogado. Cedeu o espaço de partilha e fraternidade por um certo bem estar social, que favorece mais o individual do que o coletivo. No modelo moderno de família que a sociedade de hoje impõe, encontramos várias dificuldades que conduzem o jovem ao liberalismo de achar que tudo pode. Entretanto, a insuficiência de respostas ainda persiste em nosso meio.
Nota-se a ausência de influência entre pais e filhos. O lugar que deveria ser ocupado pela família, é substituído por terceiros, como, a internet, os programas televisivos, os jogos que conduzem a violência, aos quais exercem um forte poder de persuasão no que diz respeito às suas decisões e comportamentos. Esses meios, muitas vezes, informam de maneira autoritária e imperativa. Isso causa confusão na cabeça de muitas crianças que na hora de decidir, deixam de obedecer aos pais, para responder a todo esse material oferecido pelo mercado, surgindo sutilmente uma ruptura na família.
 Como consequência, surgem determinadas atitudes como a rebeldia, a desobediência, o “achar que tudo pode”. Cresce o índice de crianças ingressando precocemente na fase da adolescência, na atividade sexual, fruto de uma suposta falta de diálogo e de limites no processo de educativo de nossas crianças.
NILTON ALVES.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O CASAMENTO



Os noivos vêm à Igreja para se casar diante de Deus e da comunidade cristã, pois sentiram que esse amor que nascia se oferecia como uma promessa de felicidade.

Foi tão profunda a experiência de amor, que o casal decidiu fazer com que durasse para sempre. Então, cada um diz a si mesmo: "Minha felicidade depende desta pessoa extraordinária com a qual me encontrei. Percebo que sem ela eu não posso crescer, não posso ser feliz; necessito dela. Por isso quero unir minha vida a dela.
Iniciam o caminho do matrimônio, cheios de esperança. Mas o que significa o sacramento do matrimônio para a história de amor que estão vivendo?
Penso que a grande maioria dos casamentos cristãos não tem muito claro esse significado. Existe muito de costume, de rotina e até de pressão familiar nisso. Muitos creem que o casamento não é mais que uma simples bênção do próprio amor – assim como se abençoa um automóvel ou uma medalhinha – para que Deus os proteja e não lhes suceda nenhum mal.

Eu sei que esse não é o conceito que vocês têm deste sacramento, porque o verdadeiro sentido do matrimônio cristão é que, através dele, o Senhor faz algo com o amor, modificando-o. Deus o faz diferente do que era quando entraram na Igreja.

Algo semelhante aconteceu na Última Ceia, quando o Senhor transformou o pão em Seu Corpo. O pão continuou parecendo pão, mas já não o era, mas sinal de que lá está o Corpo de Cristo.

A mesma coisa faz o Senhor com o amor no dia do casamento. Deus toma o amor dos noivos e o transforma em sinal e em presença de Seu próprio amor divino.
O amor continua sendo o mesmo, mas ao mesmo tempo é mais, assim como a hóstia consagrada é mais do que pão. O amor do casal recebe a missão de ser sinal e reflexo do amor de Deus entre os homens.

No sacramento do matrimônio, os noivos vão aceitar essa missão. Vão dizer ao Senhor: "Sim, aceito que meu amor se transforme em reflexo do Seu".
Quero amar meu cônjuge não segundo meus desejos, mas tratar de amá-lo como o Senhor ama a Igreja, como Ele ama a humanidade inteira, como ama cada ser humano.
No profundo de seu coração, eles dirão um ao outro: "Eu o aceito como a pessoa por meio da qual Cristo vai se aproximar de mim. Eu sei que o Senhor se aproxima de mim através de muitas coisas, de muitas pessoas e acontecimentos, mas, ao me casar com você, eu o aceito como o grande caminho pelo qual Cristo vai se aproximar de mim.

Cada um se aceita e se doa ao outro como lugar privilegiado de encontro com o Senhor. Cada um se transforma para o outro em santuário vivo, onde encontra Cristo. O rosto da esposa e do marido se transformam no rosto de Cristo: rosto cheio de amor, de ternura, de generosidade, entrega e fidelidade. Por isso, Deus os chama a se transformar em sinais permanentes de amor em sacramentos vivos.

O importante da cerimônia do casamento não é o vestido da noiva nem a quantidade de convidados, mas o encontro profundo com o Deus do amor.
No livro do Apocalipse e na tradição cristã há uma imagem muito bonita, que é a imagem de Cristo como sol. Sabemos que o sol é a fonte de luz, de calor e de vida.
Jesus é nosso sol, porque Seu amor ilumina, esquenta e vivifica nossa existência. E isso significa o quê? Cada um há de ser Sol de Cristo para o outro: dar-lhe luz, calor e a vida que necessita para crescer.

Vocês se casam, porque cada um descobriu que o outro era seu sol; porque o encontro com o outro o fez sentir feliz, seguro, aceito. Então, decidiram se casar para seguir sendo sol do outro, para continuar doando, mutuamente, essa luz.
Queridos irmãos, peço a Deus e a Santíssima Virgem, Mãe do amor bonito, que cada um seja Cristo para o outro, seja sol de Cristo para o outro.
Pe. Nicolás Schwizer

OS 10 MANDAMENTOS DO CASAL



Os 10 mandamentos do casal

É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios
 
Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava em terapia conjugal, elaborou "Os Dez Mandamentos do Casal". Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.
1. Nunca se irritar ao mesmo tempo. A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, tanto mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. Dom Hélder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura...".

2. Nunca gritar um com o outro. A não ser que a casa esteja pegando fogo. Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, tanto menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria... Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.

3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro. Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro "vença", para que mais rapidamente ela termine. Discussão no casamento é sinônimo de "guerra"; uma luta inglória. "A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral", dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer de que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Muitas vezes, uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.
4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor. A outra parte tem de entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.
5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado. A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos. Toda as vezes em que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isso que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isso não ocorra nos momentos de discussão. Nessas horas o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deverá ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta e tudo de mau pode acontecer em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas. Nos tempos horríveis da "Guerra Fria", quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: "A paz se impõe" somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade. Ora, se isso é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo: "Primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros". E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: "Se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz". Portanto, para haver vida no casamento é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.
6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge. Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.
7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo. Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução. Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem. Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.
8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa. Muitos têm reservas enormes de ternura, mas se esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isso também com palavras. Especialmente para as mulheres, isso tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem-estar. Muitos homens têm dificuldade nesse ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância. Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: "Eu te amo!"; "Você é muito importante para mim"; "Sem você eu não teria conseguido vencer este problema"; "A sua presença é importante para mim"; "Suas palavras me ajudam a viver"... Diga isso ao outro com toda sinceridade, todas as vezes em que experimentar o auxílio edificante dele.
9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas. Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isso é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!
10. Quando um não quer, dois não brigam. É a sabedoria popular que ensina isso. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar essa iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será não "pôr lenha na fogueira", isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes, será por um abraço carinhoso ou por uma palavra amiga.
Todos nós temos a necessidade de um "bode expiatório" quando algo adverso nos ocorre. Quase que inconscientemente queremos, como se diz, "pegar alguém para Cristo" a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isso é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar. Quantas e quantas vezes acabam "pagando o pato" as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Algumas vezes são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras vezes é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si.

Temos que nos vigiar e policiar nessas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária, etc., mas, em casa, onde somos "familiares", o desrespeito acaba acontecendo. Exatamente onde estão os nossos entes mais queridos, no lar, é ali que, injustamente, descarregamos as paixões e o nervosismo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isso não aconteça.

Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração. Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Estas, até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo. É o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o "alimento" e o "oxigênio" mais importante para os filhos.
Na Encíclica Redemptor Hominis, o saudoso Papa João Paulo II afirma algo marcante: "O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente" (RH,10). Sem o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade, isto é, ser uma comunidade de pessoas.

O amor é mais forte do que a morte e é capaz de superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o autor do Cântico dos Cânticos: "O amor é forte como a morte... Suas centelhas são centelhas de fogo, uma chama divina. As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir." (Ct 8,6-7).

Há alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles. Será verdade? Seria mais coerente dizer que o "verdadeiro" amor não existiu entre eles. Não cresceu e não amadureceu; foi queimado pelo sol forte do egoísmo e sufocado pelo amor-próprio de cada um. Não seria mais coerente dizer: "Nós matamos o nosso amor?"

O poeta cristão Paul Claudel resumiu, de maneira bela, a grandeza da vida do casal: "O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de tão grande que Ele o tornou sacramento."
(Trecho extraído do livro: "Família, santuário da vida").