segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A ADOLESCÊNCIA EM TEMPOS MODERNOS

Frequentemente, os meios de comunicação vêm noticiando através de pesquisas, que a infância a cada dia está encurtando mais seu período natural e entrando de modo precoce na adolescência, como diagnosticam alguns especialistas. Essa chamada “queima de fases”, tem relevantes consequências para o desenvolvimento humano na fase infantil. Isso é percebido porque, geralmente, meninos e meninas têm apresentado atitudes estranhas para sua idade. Estão continuamente deixando de lado suas brincadeiras, atividades e atitudes condizentes com a sua faixa etária, para se comportar conforme os adultos, queimando assim, as etapas do seu ciclo natural. Será que tal postura é correta?  Será que ela não traz consequências ao desenvolvimento das crianças?
Se observarmos a realidade atual, as meninas, logo cedo, já são provocadas para exibir o seu corpo. Pintam a fase com maquiagens, usam desde cedo roupas curtas para dizer que já são moçinhas, vestindo manequins que tenham o mesmo modelo ou estilo da moda que é apresentada para os mais velhos. Tornam-se, deste modo, referência para os demais, chegando ao ponto de serem classificadas como protótipo, onde os outros de seu grupo possam mirar-se. Neste contexto, pode-se afirmar que tudo isso é coisa do nosso “tempo contemporâneo”. Apoiados pela globalização cujas idéias estão constantemente em mutação, a novidade surge para os adolescentes como perspectiva do diferente. Eles mergulham no mundo da “Net”, dos orkuts, e comunidades do mundo virtual e se expõem as armadilhas que própria modernidade oferece. Mas a quem recorreremos para compreender essa nova perspectiva, esse comportamento em discussão? Será que a família não tem respostas para tudo isso? Ou a estrutura familiar está desatualizada e alheia a esta realidade?
A família sempre teve um papel fundamental no desenvolvimento de sua prole, desde a infância até a fase adulta. Ela é a célula fundamental da sociedade e, naturalmente, a base de toda a estrutura social. O problema é que, nos últimos tempos, a família tradicional foi gradativamente perdendo seu espaço de formadora da humanidade, e aos poucos foi se esfacelando em um ambiente dividido e pouco dialogado. Cedeu o espaço de partilha e fraternidade por um certo bem estar social, que favorece mais o individual do que o coletivo. No modelo moderno de família que a sociedade de hoje impõe, encontramos várias dificuldades que conduzem o jovem ao liberalismo de achar que tudo pode. Entretanto, a insuficiência de respostas ainda persiste em nosso meio.
Nota-se a ausência de influência entre pais e filhos. O lugar que deveria ser ocupado pela família, é substituído por terceiros, como, a internet, os programas televisivos, os jogos que conduzem a violência, aos quais exercem um forte poder de persuasão no que diz respeito às suas decisões e comportamentos. Esses meios, muitas vezes, informam de maneira autoritária e imperativa. Isso causa confusão na cabeça de muitas crianças que na hora de decidir, deixam de obedecer aos pais, para responder a todo esse material oferecido pelo mercado, surgindo sutilmente uma ruptura na família.
 Como consequência, surgem determinadas atitudes como a rebeldia, a desobediência, o “achar que tudo pode”. Cresce o índice de crianças ingressando precocemente na fase da adolescência, na atividade sexual, fruto de uma suposta falta de diálogo e de limites no processo de educativo de nossas crianças.
NILTON ALVES.

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